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domingo, 9 de junho de 2013

Pintura das Sombras - Prologo


Ao contrário de praticamente todos os membros da família Phillip, Ariel não se interessava por números, juros e lucros, o que era uma decepção para seu pai. A família era historicamente conhecida por criar e manter o maior banco grande cidade, e o único tão duradouro naqueles tempos tão difíceis.
Nos estudos, Ariel revelara um grande interesse pelas artes e uma baixa afinidade por cálculos e outras áreas necessárias para manter a máquina do capitalismo. Vivia com livros pra todos os lados, saia para assistir peças e até mesmo já havia participado algumas vezes de algumas. Mas o que mais interessava ao garoto era a pintura. Mesmo a contragosto de seu pai, adquirira todos os apetrechos necessários para tal pratica, tomou aulas escondido com uma mestra que se tornara também uma amiga e confidente.
Ariel era um garoto não tão grande quanto deveria ser na sua idade, doze anos. Tinha pele clara, cabelo liso e olhos negros brilhantes. Vestia sempre roupas coloridas e um belo sorriso. Mesmo com as brigas com o pai, costumava conseguir tomar as lições que ele lhe impunha e ainda conseguir praticas seus gostos escondidos. Tudo isso era possível graças sua mãe, que lhe acobertava sempre.
Mas um dia, o “sempre” acabou.
Era um entardecer, Ariel voltava para casa às pressas, antes que seu pai chegasse do banco. Voltava sozinho, correndo. Não podia contar com o motorista da família, ele o entregaria. Chegando próximo de casa, notou uma estranha movimentação por ali. Muita gente entrava pelo portão que estava aberto, o jardim estava repleto de desconhecidos. Também havia a polícia. O coração do garoto congelou.
Com muito esforço, conseguiu passar por meio da multidão que formava um círculo ao redor de algo. Viu sua irmã e seu pai de joelhos ao lado de algum que estava deitado. Uma poça de sangue se formara ali. Alguém estava seriamente ferido.
Então, o pequeno Ariel conseguiu chegar perto. E seu mundo desabou todo de uma só vez. O corpo ensanguentado era de sua mãe. Havia sido esfaqueada, seu corpo estava praticamente irreconhecível, o rosto também tinha vários cortes, assim como todo o corpo. Já estava morta quando Ariel se ajoelhou ao seu lado.

Aquele momento de profunda dor, não deixou que Ariel percebesse o olhar fulminante de seu pai, ao ver suas roupas sujas de tinta.

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